Do outro lado do espelho
Digo-te só que espero. Houve um tempo em que, para mim, esperar foi uma espécie de arte.
(esperar por tudo: pela manhă, pela noite, pelo carteiro, pelo natal, pelos amigos... esperar só porque era bom esperar, porque fomentava pacięncia, porque era divino, porque era uma luta, porque implicava um qualquer objectivo)
Agora espero sem arte, espero sem sentir qualquer alegria em fazę-lo. É mais fácil assim, deixar tudo suceder-se... Sem ninguém, sem nada me notar.
"Bem do fundo do baú da alma, libertam-se as letras, as palavras, as frases..."