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A mostrar mensagens de 2006
gestacao o poema amadurece como as pinhas num vagar de essencias e leite filtrado pela débil membrana da luz evolui para um lábio imperceptível aos sentidos dentro digere pevides num ritmo que ilude as normas da vigília difícil é determinar a maturacao o termo do ovo a explosao autónoma da lava a asa completa e alta da sintaxe resplandece sabe-se que resplandece por dentro como se um lume orgânico o devorasse como aspinhas incha e desincha numa girândola incontida e profusa de sementes em Itinerarium III , o útimo livro de Cláudio Lima , editado pela recém-criada editora Opera Omnia
Tempo de poesia Todo o tempo é de poesia Desde a névoa da manha ? névoa do outo dia. Desde a quentura do ventre ? frigidez da agonia Todo o tempo é de poesia Entre bombas que deflagram. Corolas que se desdobram. Corpos que em sangue soçobram. Vidas qua amar se consagram. Sob a cúpula sombria das maos que pedem vingança. Sob o arco da aliança da celeste alegoria. Todo o tempo é de poesia. Desde a arrumaçao ao caos ? confusao da harmonia. António Gede?o
Poesia colorida... Geres
Sobre a despedida... Neste infinito fim que nos alcançou guardo uma lágrima vinda do fundo guardo um sorriso virado para o mundo guardo um sonho que nunca chegou Na minha casa de paredes caídas penduro espelhos cor de prata guardo reflexos do canto que mata guardo uma arca de rimas perdidas Na praia deserta dos dias que passam Falo ao mar de coisas que vi Falo ao mar do que conheci... No mundo onde tudo parece estar certo guardo os defeitos que me atam ao ch?o guardo muralhas feitas de cart?o guardo um olhar que parecia t?o perto Para o país do esquecer o nunca nascido levo a espada e a armadura de ferro levo o escudo e o cavalo negro levo-te a ti... levo-te a ti.... levo-te a ti para sempre comigo... Na praia deserta dos dias que passam Falo ao mar de coisas que vi Falo ao mar do que nunca perdi. Letra da música Fim : Toranja, Esquissos
Quando os desejos se tornam música... Oh I wish I was a punk rocker with flowers in my hair In 77 and 69 revolution was in the air I was born too late to a world that doesn’t care Oh I wish I was a punk rocker with flowers in my hair When the head of state didn’t play guitar, Not everybody drove a car, When music really mattered and radio was king, When accountants didn’t have control And the media couldn’t buy your soul And computers were still scary and we didn’t know everything Oh I wish I was a punk rocker with flowers in my hair In 77 and 69 revolution was in the air I was born too late to a world that doesn’t care Oh I wish I was a punk rocker with flowers in my hair When popstars still remained a myth And ignorance could still be bliss And when God Save the Queen she turned a whiter shade of pale When my mom and dad were in their teens And anarchy was still a dream And the only way to stay in touch was a letter in the mail Oh I wish I was a punk rocker with flowers in my hair In
Encontro Vamos descobrir a noite só os dois. Eu digo: a alma nas palavras. Tu respondes: a alma em ti. E tu és todas as minhas palavras. Vamos passear os dois. Revelas-me a borboleta invisível. Apaixonámo-nos. Depois eu trago a borboleta para casa. E tu partes. E eu fico sem palavras.
Piscina de letras Nao vou mergulhar aqui. Fico suja de palavras. Os hifens a arranhar a pele. As consoantes a ferir os tímpanos. Nao vou nadar aqui. O corpo viscoso das vírgulas. A boca amarga do til. As vogais a queimar os olhos. Frases completas submersas. Textos inteiros a afogar-me.
Vamos morar Podíamos ser. Envolvíamos as tuas ideias nos meus pensamentos. Sonhavamos um só sonho. Todos os dias. Podíamos estar. Misturavamos os meus sabores nos teus cheiros. Cozinhavamos uma só vida. Todas as noites. Podíamos gostar. Podíamos crescer. Podíamos morar.
Regresso Regresso a casa. Desisto. Resisto. Insisto. Mais um dia que se enovela e alonga. Que percorro em círculos sequencialmente mais apertados. Espiral. Vertigem.
Blind... Há músicas que simplesmente nao podemos deixar de ouvir... If I could tear you from the ceiling And guarantee a source divine Rid you of possessions fleeting Remain your funny valentine Don't go and leave me And please don't drive me blind If I could tear you from the ceiling I know best have tried I feel your every breath with need and define the place we both can fight Don't go and leave me And please don't drive me blind You don't believe me But you do this every time Please don't drive me blind I know I broke it If I could tear you from the ceiling And freeze us both in time And find a brand new way of seeing Your eyes forever glued to mine Don't go and leave me And please don't drive me blind Please don't drive me blind I know I broke it Brian Molko, Placebo
Apetece Hoje apetece. Apetece o arco-íris, As cores incertas e molhadas. Apetece a floresta inteira, As árvores, as lagoas, o balir das cabras. Apetece a viagem sem rumo, As estradas, as pontes, os trilhos. Apetecem as férias. Apetecem os beijos. Apetece.
Palavras cantadas... Porque me traíste tanto Se os meus gatos sao meigos Porque me traíste tanto Se eu nunca tiro as luvas Adília Lopes , Porque me traíste tanto Musicada por A Naifa , em 3 Minutos Antes da Maré Encher
Frases soltas... Escrevo-te em cada suspiro Sublinho-te em cada olhar Traduzo-te em cada abraço Leio-te em cada beijo És verso desejado. Parágrafo querido. Frase apaixonada. Poema, livro, texto, conto. Amado.
Arredondando as palavras E vou arredondando as minhas palavras com o tempo e o costume. Escolho em pensamento as palavras abertas, e fecho-as de seguida, com os nós másculos, machos, varonis e viris da minha vida. Calisto, em Os dias do Pai, 2006
Da história, da esperança, e do presente (Re-editado) Despi-me de ti. Desabotoei a camisa ( da história ), Descalcei as botas ( da esperança ) e Desapertei as calças ( do presente ). Despi-me de ti. Descansei de nós ( da história ), Desmontei o puzzle ( da esperança ) e Descobri o eu ( do presente ). Despi-me de ti. Descubro-me na magia ( da história ), Despeço-me nua ( da esperança ) e Desdobro-me na vida ( do presente ).
O Aparo do Demónio Regresso ao Baú porque sim. Porque tinha que ser assim. E porque a poesia de Alberto Serra é magia. Um livro que se l? como que saboreando uma maç?: trinca a trinca, momento a momento... Poesia - alimento. Uma fome insaciável. Inventa-me nos sonhos que eu sonho-te em todos os inventos Alberto Serra em O Aparo do Demónio