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A mostrar mensagens de fevereiro 1, 2009
E apetece-me ainda... Sonata de Outono Inverno não ainda mas Outono Na sonata que bate no meu peito Poeta distraído, cão sem dono Até na própria cama em que me deito Inverno não ainda mas Outono Na sonata que bate no meu peito Acordar é a forma de ter sonho O presente o pretérito imperfeito Mesmo eu de mim próprio me abandono Se o rigor que me devo não respeito Acordar é a forma de ter sonho O presente o pretérito imperfeito Morro de pé Mas morro devagar A vida é afinal o meu lugar E só acaba quando eu quiser Não me deixo ficar Não pode ser Peço meças ao Sol, ao céu, ao mar Pois viver é também acontecer A vida é afinal o meu lugar E só acaba quando eu quiser José Carlos Ary Dos Santos
E apetece-me... Tourada Não importa sol ou sombra camarotes ou barreiras toureamos ombro a ombro as feras. Ninguém nos leva ao engano toureamos mano a mano só nos podem causar dano de esperas. Entram guizos chocas e capotes e mantilhas pretas entram espadas chifres e derrotes e alguns poetas entram bravos cravos e dichotes porque tudo o mais são tretas. Entram vacas depois dos forcados que não pegam nada. Soam brados e olés dos nabos que não pagam nada e só ficam os peões de brega cuja profissão não pega. Com bandarilhas de esperança afugentamos a fera estamos na praça da Primavera. Nós vamos pegar o mundo pelos cornos da desgraça e fazermos da tristeza graça. Entram velhas doidas e turistas entram excursões entram benefícios e cronistas entram aldrabões entram marialvas e coristas entram galifões de crista. Entram cavaleiros à garupa do seu heroísmo entra aquela música maluca do passodoblismo entra a aficionada e a caduca mais o snobismo e cismo... Entram empresários moralistas entram
Apetece-me... Desfolhada Corpo de linho Lábios de mosto Meu corpo lindo Meu fogo posto. Eira de milho Luar de agosto Quem faz um filho Fá-lo por gosto. É milho-rei Milho vermelho Cravo de carne Bago de amor Filho de um rei Que sendo velho Volta a nascer Quando há calor. Minha palavra dita à luz do sol nascente Meu madrigal de madrugada Amor amor amor amor amor presente Em cada espiga desfolhada. Minha raiz de pinho verde Meu céu azul tocando a serra Oh minha água e minha sede Oh mar ao sul da minha terra. É trigo loiro É além Tejo O meu país Neste momento O sol o queima O vento o beija Seara louca em movimento. Minha palavra dita à luz do sol nascente Meu madrigal de madrugada Amor amor amor amor amor presente Em cada espiga desfolhada. Olhos de amêndoa Cisterna escura Onde se alpendra A desventura. Moira escondida Moira encantada Lenda perdida Lenda encontrada. Oh minha terra Minha aventura Casca de noz Desamparada. Oh minha terra Minha lonjura Por mim perdida Por mim achada. Ary dos