E apetece-me ainda...
Sonata de Outono
Inverno não ainda mas Outono
Na sonata que bate no meu peito
Poeta distraído, cão sem dono
Até na própria cama em que me deito
Inverno não ainda mas Outono
Na sonata que bate no meu peito
Acordar é a forma de ter sonho
O presente o pretérito imperfeito
Mesmo eu de mim próprio me abandono
Se o rigor que me devo não respeito
Acordar é a forma de ter sonho
O presente o pretérito imperfeito
Morro de pé
Mas morro devagar
A vida é afinal o meu lugar
E só acaba quando eu quiser
Não me deixo ficar
Não pode ser
Peço meças ao Sol, ao céu, ao mar
Pois viver é também acontecer
A vida é afinal o meu lugar
E só acaba quando eu quiser
José Carlos Ary Dos Santos
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