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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro 1, 2004
Escuro Acordava a meio da noite assustada, calada, sufocada pelo silęncio que năo era nosso. Levantava-me e as esquinas barravam-me o caminho, a sala tinha-se mudado para a cozinha, as sombras disformes e atrozes moviam portas no escuro...
Cavalo à Solta Em ti respiro em ti eu provo por ti consigo esta força que de novo em ti persigo em ti percorro cavalo à solta pela margem do teu corpo. Ary dos Santos (com Fernando Tordo) Porque já não se fazem canções assim... E porque eu tenho saudades.
Submersa Toco no alumínio da janela. Frio. Fecho os olhos e sinto de novo as águas gélidas a avassalarem-me. Sinto sal nos cabelos, na cara, nas pernas, na barriga. Há coisas do mar por todo o lado. As algas prendem-me as pernas, as estrelas puxam-me os cabelos. Vejo mal e vejo tudo verde, tudo opaco, tudo salgado. Quero ir embora, agora. E estou submersa.
Ŕs vezes estamos, năo vivemos Ŕs vezes estamos, năo vivemos. A alma dissocia-se do corpo, desvanece-se em pensamentos, tristezas e reflexőes sobre uma vida que nem sempre dá o que nós queremos. Ŕs vezes estamos, năo vivemos. Porque năo prestamos atençăo a nada, vivemos apenas numa dimensăo que nós próprios criamos e na qual sentimos que podíamos ficar para sempre. Estamos ali, vemos, ouvimos, percebemos, mas năo estamos ali. Estamos simplesmente, năo vivemos. Ŕs vezes estamos, năo vivemos. Hoje é um desses dias, em que estou mas năo vivo.
Regresso Respirar. Suspirar. Não pensar. Sentir. Sentir a pressão do corpo na cama estática. Esquecer a cidade. Esquecer a luz falsa, a agitação, a chuva, as pessoas, o mundo todo.