Retrato do poeta
Retrato do poeta
Porém, se por alguém não sou ninguém
Se canto e digo
Flor, canção, amigo
A mim o devo
A mim e a mais a quem
Floriu, nasceu, cresceu, lutou, comigo.
Homem que vive só, não vive bem.
Morto que morre só, é negativo.
Morrer é separar-se de ninguém
E contudo, com todos ficar vivo
Nado-vivo da morte
É isso, é isso
Uma espécie de forno, de bigorna
De corno morredoiro, que transforma
Em fusão, o metal do compromisso
Forjar o conteúdo pela forma
Marrar até morrer
E dar por isso.
Porém, se por alguém não sou ninguém
Se canto e digo
Flor, canção, amigo
A mim o devo
A mim e a mais a quem
Floriu, nasceu, cresceu, lutou, comigo.
Homem que vive só, não vive bem.
Morto que morre só, é negativo.
Morrer é separar-se de ninguém
E contudo, com todos ficar vivo
Nado-vivo da morte
É isso, é isso
Uma espécie de forno, de bigorna
De corno morredoiro, que transforma
Em fusão, o metal do compromisso
Forjar o conteúdo pela forma
Marrar até morrer
E dar por isso.
Ary dos Santos
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