Três sonetos de Deus ausente - 2
Gostava tanto que Deus existisse!
Como eu havia de ser diferente,
pior ou melhor não sei, se o visse,
na manhã de neblina persistente,
a apanhar conchinhas brancas na praia,
como quem apanha nuvens no céu.
Seria menina e teria a saia
azul, curta, talvez de chita; eu
procuraria ajudá-la a encontrar
a conchinha mais bonita, depois
de ver a espuma das ondas e o ar
a bailar como grandes bailarinos.
E seríamos felizes os dois,
pois ficaríamos sempre meninos.
José Carlos de Vasconcelos, em Repórter do Coração
Gostava tanto que Deus existisse!
Como eu havia de ser diferente,
pior ou melhor não sei, se o visse,
na manhã de neblina persistente,
a apanhar conchinhas brancas na praia,
como quem apanha nuvens no céu.
Seria menina e teria a saia
azul, curta, talvez de chita; eu
procuraria ajudá-la a encontrar
a conchinha mais bonita, depois
de ver a espuma das ondas e o ar
a bailar como grandes bailarinos.
E seríamos felizes os dois,
pois ficaríamos sempre meninos.
José Carlos de Vasconcelos, em Repórter do Coração
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